O Evangelho e a Lei de Deus


  A ordem de Cristo de pregar o Evangelho é compreendida de diferentes maneiras pelas pessoas, dentro do cristianismo e muitos possuem visões contrárias em relação a alguns aspectos referentes ao que está escrito na Bíblia. Por isso, é importante esclarecer alguns pontos sobre o Evangelho do Senhor Jesus, e o que realmente diz a Palavra de Deus, na busca da verdade.
Jesus nos orienta, através do apóstolo Paulo, em I Timóteo 2:3-4 no sentido de que o Senhor Deus, o Pai, quer que cheguemos ao pleno conhecimento da verdade: “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (I Tm 2:3-4).
Tendo em vista a dificuldade de muitos irmãos em compreender a importância de se pregar o Evangelho em todo o tempo e de aceitar a lei de Deus como parte dessa pregação é importante analisar como Jesus incluiu os mandamentos nas boas novas de salvação.
A forma como o Evangelho é pregado varia de acordo com cada situação. O Evangelho deve ser levado a cada pessoa, em qualquer lugar. Nesse mister, não há limitações para evangelizar. A evangelização não se limita a uma entrega de folhetos ou literaturas, ou a uma visita de casa em casa, mas faz parte do processo.
Evangelizar significa levar a boa nova do Evangelho de Cristo a alguém de forma que este possa compreender que Cristo o ama e o está chamando a participar do Seu Reino. Evangelização, portanto, consiste em pregar a mensagem de salvação em Jesus segundo a fé cristã.
Assim, se você fala de Cristo a alguém, por meio de palavras, de gestos, atitudes corteses, levando o amor de Cristo e a esperança de salvação a quem queira ouvir, quando você se prontifica a responder as questões das pessoas que lhe procuram, quando você ouve o ponto de vista delas e mostra o que a Bíblia relata sobre o assunto, você está evangelizando. Da mesma maneira como Jesus mostrou que deveríamos ensinar a guardar todas as coisas que Ele mandou.
Quando a igreja se propõe a participar do evangelismo, primeiro precisa aprender dentro da igreja para então sair fora dela, nas ruas, nas casas, levando a Palavra de Deus àqueles que não conhecem. Nesses eventos coletivos que a igreja promove são entregues literaturas diversas, feitas visitas, ajuda para quem precisa, ensinamentos, conversas e apoio e também são dados estudos bíblicos a quem aceita. Também existe uma equipe da igreja que faz visitas e dá estudos também a quem aceita, cumprindo fielmente o que o Senhor Jesus disse, em relação a ir a todas as nações, batizá-las em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinar a guardar todas as coisas que Jesus mandou, conforme Mateus 28: 19-20.
Mas a igreja carece de pessoas que se disponham a trabalhar como evangelistas plenos, que não somente deem estudos bíblicos, mas também realizem obras maiores, conforme o ensinamento de Jesus em Lucas 10 quando enviou os discípulos de dois em dois a todas as cidades e lugares onde Ele devia ir, para preparar o caminho.
A ordem de Jesus não foi apenas de sair, mas incluía pregar o reino de Deus, curar doentes, expulsar demônios, entre outras coisas, e levar paz: “Em qualquer casa onde entrardes dizei primeiro: Paz seja nesta casa” (Lc 10: 5). E continuou: “Se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e se não, voltará para vós. E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro do seu salário. Não andeis de casa em casa” (Lc 10: 6-7). Mas quem, hoje em dia, está disposto a receber em casa um evangelista pelo período em que ele está pregando o evangelho na sua cidade ou região? Todos desconfiamos, a fé nos falta, o amor está acabando mesmo entre os irmãos. A profecia de Cristo cada vez mais se confirma: “Porventura quando o Filho do homem retornar, haverá fé na Terra? (Lc 18:8)”.
Em Mateus 10 Jesus também aponta o que os discípulos deveriam fazer, mas Mateus fala apenas nos doze discípulos, enquanto Marcos fala em 70. Jesus ordena: “Ide antes às ovelhas perdidas da casa d’Israel. E indo pregai dizendo: É chegado o reino dos céus” (Mt 10: 6-7). E o texto continua tal como Lucas, dando maiores orientações.
Esses textos referem-se claramente ao preparo do caminho para que Jesus pudesse ir a essas cidades e pregar. Já o texto de Mateus 28: 19-20, e também Marcos 16: 15, de modo mais específico, diz para ir a todo o mundo, pregar o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado. E os discípulos pregaram por todas as partes, e o Senhor cooperava com eles, e a palavra era confirmada com os sinais que Jesus tinha dito ocorreria com os que cressem (Mc 16: 15-20).
Note-se que Jesus não especificou um dia para a pregação do Evangelho, mas enviou Seus discípulos a percorrer o mundo. Obviamente que, para isso, todos os dias da semana seriam apropriados para a pregação, incluindo-se o sábado, já que, nesse dia, foram relatados os maiores milagres e reuniões de pessoas ao redor de Cristo.
Em momento algum Jesus disse aos discípulos que eles deveriam pregar o evangelho somente no sábado ou, como muitos cristãos atuais afirmam, no primeiro dia da semana. Mesmo porque, o domingo (primeiro dia) era dedicado ao Sol (adorado pelos egípcios e fenícios, que adoravam aos deuses pagãos e Rá o deus-Sol), cujo dia foi adotado pelo Imperador Justiniano e pela Igreja Católica no século IV. Até essa época, antes de se cumprir a profecia de que os homens iriam mudar os tempos e a lei (Mt 24:4; Dn 7:25: Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei...), o sábado era guardado como parte da Lei Moral de Jeová, os Dez Mandamentos.  
Convém nesse ponto esclarecer alguns aspectos a respeito da Lei Moral, chamada Dez Mandamentos, a que Cristo muitas vezes se refere.
A lei de Jeová foi escrita pelo próprio dedo de Deus e é chamada de Testemunho ou Mandamento (Êx 31:12-18). E Moisés confirma que foi o próprio Senhor Jeová quem escreveu as tábuas no capitulo 33: 15-16.
Veja bem, a Lei de Deus, declarada especificamente em Êxodo 20, foi escrita em pedra pelo próprio Jeová (louvado seja para sempre). Moisés quebrou as pedras quando viu o bezerro de ouro e a adoração ao bezerro (Êx 32: 19), mas voltou à montanha e novamente o próprio Jeová escreveu nas novas pedras (34:1; 4). E Moisés repetiu os mandamentos ao povo (ver Dt caps. 5 e 6) e confirmou de novo que o próprio Jeová escreveu a Lei do Testemunho nas tábuas (ver Dt 10:1-5) e colocou essas tábuas na arca do concerto. Essas tábuas da lei permaneceram dentro da arca (ver I Re 8: 9).
A lei de Deus Jeová ou os Dez Mandamentos (Lei do Testemunho ou concerto) estava, portanto, “dentro” da arca, e a lei de Moisés, também ordenada por Deus, mas não os dez mandamentos, e sim outros (lei civil, lei de saúde, leis sociais, etc.) foram escritas por Moisés em um livro e colocadas “ao lado” da arca do concerto (ver Dt 31:24-26). Esta arca continua contendo a Lei de Deus, e foi vista por João no céu, mostrando um concerto eterno: “E abriu-se no céu o templo de Deus e a arca do seu concerto foi vista no Seu templo e houve relâmpagos e grande saraiva (Ap 11:19; II Cr 5:10).
Note que existe uma diversidade de leis na Bíblia. E realmente Paulo menciona muito o termo lei, nos assuntos que enfoca, de maneira ora explícita e clara, ora dificultosa ao entendimento imediato. Certo é que Paulo estabelece a diversidade de leis, realçando uma, a Lei de Deus (Dez Mandamentos ou Lei do Testemunho ou concerto) também conhecida como Lei Moral e mostrando a caducidade (perda de valor) de outra, a Lei de Moisés, também conhecida Lei Cerimonial a qual era constituída de: sacrifícios, ofertas diversas, circuncisão, dias de festas, e outros, que Jesus cumpriu ao morrer na cruz.
Grande parte dos cristãos de hoje acredita que a Lei de Deus foi abolida quando Cristo morreu na cruz. Isso ocorre porque estes mesmos cristãos aplicam ao termo "LEI", encontrado nas Escrituras, como a definição de TODAS as leis da Bíblia, ou seja, não separam as leis e não distinguem entre elas, pensando que tudo se resume à lei de ordenanças, de Moisés, como sendo lei de Deus.
Admitir que a Bíblia só apresenta uma lei, e que tudo é Lei de Moisés, não havendo portanto distinção entre elas, é o mesmo que dizer ser ela um amontoado de contradições. De fato, existem leis ditadas (e não escritas diretamente) por Deus, que foram enunciadas, escritas e entregues por Moisés, e entre elas está a Lei Cerimonial, constituída de um ritual que os judeus deveriam praticar até que viesse o Messias Jesus (Êx 24:7; Dt 31:24 a 26). Mas a Lei Moral (Dez Mandamentos) continua em vigor. Se a Lei de Deus tivesse sido abolida, então todos poderiam ter outros deuses, ajoelhar perante estátuas e adorá-las, matar, roubar, adulterar, cobiçar, e isso é obra de Satanás e não de Deus.
Veja bem, o que foi abolido na cruz foram os mandamentos cerimoniais, ou seja, as leis ditadas por Moisés, que podem mudar com o tempo. A Lei de Deus não muda, é um concerto eterno. O próprio Filho de Deus, Jesus, guardava toda a Lei, indo ao templo todos os sábados (ver Mc 1: 21; 3: 1; 6: 2 “chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga” e lendo a Palavra de Deus onde os profetas falavam acerca Dele (Lc 4: 15-21; Is 61: 1-2). Lucas 4: 16 deixa claro que ir à igreja no sábado era costume de Jesus: “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler”.
Os discípulos continuaram guardando o sábado após a morte de Jesus, o que mostra que Ele não deu nenhuma ordem para mudar a Lei de Deus. Lucas 23: 55-56, e 24: 1, no sepultamento de Jesus: “As mulheres que tinham vindo com ele da Galiléia seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo (corpo de Jesus), e voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos, e no sábado repousaram, conforme o mandamento. E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado”. João, com 100 anos, guardava o sábado e foi nesse dia, o “Dia do Senhor”, que ele teve as visões de Apocalipse.
Outras passagens também comprovam que Jesus guardava toda a lei de Deus, os Dez Mandamentos, dados pelo próprio Senhor Jeová (louvado seja para sempre), no monte Sinai. E Jesus veio confirmar isso quando disse que não veio destruir a lei mas cumprir e confirmar (ab-rogar): “Não cuideis que vim destruir a lei e os profetas, não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido (Mt 5:17-18). E ainda: “É mais fácil passar os céu e a terra do que cair um til da lei (Lc 16:17). E ainda mais, o próprio Jesus falou que os mandamentos estão em vigor e que toda a lei e os profetas dependem deles (Mt 22: 40).
O que Jesus aboliu quando aqui viveu, morreu e ressuscitou foi a lei de Moisés, na forma de ordenanças, segundo Efésios 2:15: "Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos que consistia em ordenanças (...)”.  Tais ordenanças foram registradas na Lei de Moisés [Lei Cerimonial], não na Lei de Deus [Lei Moral].
Nem Jesus nem a fé abolem a Lei do Testemunho, a Lei de Jeová: veja Romanos 3:31: "Anulamos, pois, a Lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a Lei." E I Timóteo 1:8 - "Sabemos, porém, que a Lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo". Paulo, portanto, não desrespeita a Lei de Deus, mas também a confirma como meio de conhecermos onde estamos errando para nos concertarmos com Deus novamente, deixando de fazer o que é contrário à vontade de Deus para que possamos servi-Lo em espírito e em verdade, mediante a fé.
Quanto à mudança da Lei de Jeová, esta não foi feita por Jesus ou pelos seus discípulos, mas pela Igreja Católica e pelos governantes pagãos. Alguns trechos históricos sobre a mudança religiosa e civil feita mostram que se cumpriu a profecia de Daniel 7: 25 sobre a mudança da lei e dos tempos.
O Imperador Tertuliano, no ano 200 dC, afirmou: “solenizamos o dia após o sábado em contradição àqueles que chamam este dia o Sábado de Deus”. No ano de 314-337 o papa Silvestre oficializou o nome domingo para o Dia do Sol, o primeiro dia da semana. Em 7 de março de 321 dC, Constantino decretou a guarda do Dia do Sol, no domingo. No ano 364 dC, no concílio de Laodicéia, a igreja católica emitiu a primeira lei dominical determinando o castigo dos cristãos que guardassem o sábado e não trabalhassem nesse dia, obrigando a guarda do domingo. (mudou, assim, a lei com relação ao sábado – sétimo dia – do sábado para o domingo, e obrigou a mudança dos tempos modificando os calendários na época, que passaram a ter 10 dias na semana e não 7, voltando depois de algum tempo para 7 dias novamente).
Sócrates, no século V, escreveu que: praticamente todas as igrejas do mundo celebram os sagrados mistérios no sábado todas as semanas, mas as igrejas de Alexandria e Roma, por causa de tradições, deixaram de fazer isso. A partir disso, a igreja de Roma e da Grécia influenciaram o resto do mundo, ficando apenas alguns lugares e povos guardando o sábado como está na Bíblia.
A igreja Católica Romana mudou, assim, a Lei de Deus bíblica e introduziu o catecismo, seguido por quase todas as igrejas protestantes de hoje. Retirou o segundo mandamento que proíbe a confecção e adoração de imagens. Com isso o terceiro mandamento, para ela, passou a ser o segundo; o quarto mandamento totalmente alterado tornou-se o terceiro; o quinto mandamento ficou no lugar do quarto e assim sucessivamente. E para manter o número total de 10 (dez) mandamentos, o décimo foi dividido em dois. Essas mudanças estão registradas na vasta literatura da igreja de Roma (igreja Católica Apostólica Romana), sendo apontadas abaixo apenas alguns trechos:
Ø  O Rev. Stephen Keenan, Arcebispo de Nova Iorque, aprovou uma obra intitulada: A Doctrinal Catechism, onde faz estas observações quanto à questão da mudança do sábado:
Pergunta: Tendes qualquer outra maneira de provar que a igreja tem poder para instituir dias de guarda?
Resposta: Não tivesse ela tal poder, não teria feito aquilo em que todas as modernas religiões com ela concordam - a substituição da observância do sábado, o sétimo dia, pela observância do domingo, o primeiro dia da semana, mudança para a qual não há nenhuma autoridade escriturística.
Ø  No livro An Abridgment of the Christian Doctrine, de autoria do Rev. Henry Tuberville, D.D., de Douay College, França, contém estas perguntas e respostas:
Pergunta: Como podeis provar que a igreja tem poder para ordenar festas e dias santos.
Resposta: Pelo próprio fato de mudar o sábado para o domingo, com que os protestantes concordam; e dessa forma eles ingenuamente se contradizem, ao guardarem estritamente o domingo e transgredirem outros dias de festa maiores e ordenados pela mesma igreja.
Pergunta: Como podeis provar isto?
Resposta: Porque ao guardarem o domingo, eles reconhecem o poder que a igreja tem para ordenar dias de festa, e ordená-los sob a ameaça de pecado; e, ao não observarem o repouso [dos dias de festas] por ela ordenados, eles de novo reconhecem, com efeito, o mesmo poder. (p. 58).
Ø  O Cardeal Gibbons, em The Faith of Our Fathers, diz o seguinte: "Podeis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras exaltam a observância religiosa do sábado, dia que nós nunca santificamos." - Edição de 1893, pg. 1
Ou seja, quem não guarda o sábado da Lei de Jeová, dada por Ele próprio no monte Sinai, está guardando preceitos (tradições) de homens e adorando a Deus em vão (Mc 7:7-9).
Ora, Jesus não fez mudança alguma nos Dez Mandamentos, deixando apenas dois, e a própria Bíblia explica que isso não ocorreu. Jesus apenas resumiu os Dez Mandamentos: Amar a Deus e amar ao próximo, não dando nenhum mandamento novo. Ao contrário, reforçou o que já estava escrito na Lei e nos Profetas, como era Seu costume.
Em várias passagens Moisés diz: Amarás ao Senhor teu Deus e guardarás a sua observância, e os seus estatutos e os seus juízos e os seus mandamentos. Jesus confirmou essas palavras, quando disse sobre a Lei do Testemunho, os Dez Mandamentos: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de todo o teu entendimento” (Mc 12: 30) e ainda afirma Jesus: "Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em Mim; porque de Mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas Minhas palavras?" (Jo 5:46 e 47). Dessa maneira, Jesus confirma o que está escrito em Isaías 8:20: “À Lei e ao Testemunho: Se eles não falarem conforme esta palavra, nunca verão a alva”.
Quando Jesus disse: “Se vocês me amam, obedecem aos Meus mandamentos” (Jo 14: 15), Ele também incluiu nessa fala a boa nova da salvação. Não há evangelização sem amor a Cristo e não há como amar a Cristo sem obediência aos Mandamentos de Deus.
Ao responder à pergunta do jovem sobre como alcançar a vida eterna, Jesus lhe disse que devia obedecer aos Dez Mandamentos de Deus. Em seguida, Jesus relacionou seis deles, todos referentes ao relacionamento com os semelhantes (amar ao próximo como a si mesmo) (Mt 19: 16-20). E Gálatas 5: 14 confirma: “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Ver Tg 2: 8-10).
A Lei não justifica ninguém, ao contrário, Gálatas 3: 11 é claro ao mostrar que: “é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”. Porém, ter a salvação pela fé em Cristo não significa que a lei perdeu o seu valor. Na realidade, a justificação pela fé confirma a lei, quanto ao seu propósito e função original. Mediante sua reconciliação com Deus e a obra regeneradora do Espírito Santo, o crente é capacitado a honrar e obedecer à Lei Moral de Deus. Por isso que Paulo afirma em Romanos 7: 12: “E assim, a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom”.
E em momento algum Paulo mostra que a Lei de Deus Jeová (Lei Moral) foi abolida, afirmando que ele mesmo guardava a lei (I Co 9: 20-22), fazendo tudo para salvar alguns, mas não deixando de guardar a lei (verso 21: para os que estão sem lei como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo)...”
Os fariseus valorizavam mais as tradições dos homens, e gostavam de ser visto como os melhores crentes, cheios de fé, mas não guardavam os mandamentos de Deus: (Mc 7:7-8), ao que Jesus respondeu: “Em vão porém me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens, porque deixando o mandamento de Deus, retende a tradição dos homens”.
É certo então que a evangelização moderna precisa incluir a pregação da lei de Deus para que não continuem os homens a obedecerem a mandamentos de homens, mas a voltarem a obedecer aos mandamentos de Deus. Tendo em mente, sempre, que a salvação é pela graça, mediante a fé. De forma alguma somos salvos por observar a lei. Contudo, em várias passagens da Bíblia se confirma a necessidade de obediência à Lei de Deus. O apóstolo Paulo diz: “Anulamos a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei” (Rm 3:31).  
Assim sendo, se já alcançamos a graça de Cristo, mister é continuar na obediência aos Seus mandamentos, não para a salvação, mas porque, uma vez perdoados, não devemos voltar a transgredir a lei, voltando ao pecado. Se o Evangelho das Boas Novas nos alcançou também irá alcançar, da mesma maneira, a outros, que, igualmente, tendo o privilégio de conhecer a Deus e os Seus mandamentos, devem passar a obedecer, guardar e respeitar em demonstração de sua conversão. Nesse sentido, o apóstolo João esclarece: “Aquele que diz Eu O conheço, e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso e nele não está a verdade” (I Jo 2:4).
O Evangelho da graça de Cristo abrange, portanto, o conhecimento da vontade de Deus para conosco, e esse conhecimento está presente nos mandamentos, ordenados por Deus. O Senhor não nos deixou ignorantes, nem órfãos. Nos deu a sua Palavra e, como auxiliar, o Espírito Santo, o Espírito de Profecia a nos ajudar na compreensão e na aceitação da sua vontade, para que nossa conversão seja genuína e o Evangelho verdadeiro.
Em conclusão, em II Pedro 3:14-18, o apóstolo Pedro nos orienta assim: "Por essa razão, pois amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por Ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles. Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaias de vossa própria firmeza; antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno". 






Lucia Marlene S. Fitzthum:  Escritora. Revisora de Textos. Membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia - Central de Cascavel – Paraná.
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