Em primeiro lugar pensemos no conforto material que nos cerca. Observe uma família de classe média, por exemplo. Esse tipo de família geralmente tem um carro. Pode ser mais novo ou um pouco mais usado, mas tem. Tem também um plano de saúde; muitas dessas famílias têm sua casa própria ou, moram em uma casa alugada, porém num ambiente agradável e os filhos freqüentam boas escolas.
Já percebeu que, apesar de tudo isso, as pessoas não têm tempo pra nada? Essa corrida desenfreada pode estar contribuindo para que a vida familiar seja prejudicada. Veja quantas pessoas vivem isoladas e até solitárias. As casas, muitas vezes bem ornamentadas, são silenciosas; estão vazias! Falta vida lá dentro. Mesmo o marido e a esposa quando chegam em casa à noite, depois de um dia de trabalho, quase não conversam; não têm muito assunto.
A grande verdade é que vivemos num mundo de estresse. Consequentemente a saúde emocional é afetada. E quando esta é afetada, os outros componentes da natureza humana são afetados também. Sim, porque a natureza do ser humano é composta pelo físico, pelo mental e pelo espiritual; e o emocional é uma parte do mental. Como esses três elementos não funcionam separadamente, quando um é afetado os outros também são.
Então, surgem as doenças que, em muitos casos, são o resultado da maneira como vivemos hoje. Muitas pessoas estão sofrendo com gastrite, úlcera, asma, bronquite, alergia, insônia e ate problemas nervosos. Como você vê o físico é afetado e o espiritual também. Porque não pode haver sossego, tranqüilidade e paz no ambiente familiar com essa correria de vida, com uma vida estressada. Não é fácil manter um espírito de gratidão e louvor a Deus ou, refletir sobre tanta proteção, tantas providências que o Senhor Deus nos propicia a cada dia. É bem difícil tomar tempo para louvá-Lo, com esse estilo de vida que está sendo adotado em nossos dias.
É claro que essa vida estressante não é a única responsável pela dificuldade na manutenção do casamento, que vai se desintegrando cada vez mais. Outros fatores estão contribuindo também.
Observe a forte influência dos meios de comunicação de massa no seio da família. Muitos modelos alsos nos são apresentados através de filmes, novelas, propagandas, revistas, livros, internet, jogos e tantos outros recursos que a mídia nos oferece. Um verdadeiro bombardeio, uma invasão desenfreada dentro da nossa casa, conquistando nossa mente e a dos nossos filhos, através de estratégias sutis e perigosas.
O resultado disso você já conhece: São mães solteiras, algumas delas bem jovens ainda e que nem sempre sabem quem é o pai da criança. Sexo sem compromisso, um amor que se acaba, (A Bíblia diz que “o amor jamais acaba”- I Cor. 13:8), casamentos descartáveis, o crescente uso de drogas, estupro, assassinato, suicídio, pornografia e a lista segue. Esse modelo de vida parece proporcionar prazer, entretanto no fundo, traz amargura e dor.
Mesmo assim, eu ainda acredito que é possível manter-se a harmonia familiar. Acredito que os casais têm chance de se relacionar melhor. Já começamos a sentir algumas mudanças. Alguns pais estão se conscientizando da necessidade de investir tempo com os filhos, desejando demonstrar carinho e cordialidade em casa. Estamos percebendo o envolvimento de alguns maridos com suas esposas, compreendendo que os símbolos de status hoje estão mudando. Para algumas pessoas não é mais o terno italiano ou o “carrão” que são símbolos de “status”. Muita gente já descobriu que essas coisas podem até demonstrar o poder do dinheiro, mas não classe. Alguns já estão se conscientizando que os atuais símbolos de status são, por exemplo: Tempo livre, competência profissional, tempo para a família e uma refinada simplicidade.
É certo que, apesar de tanto interesse, ainda continuamos tendo problemas para a manutenção do casamento. Outros fatores estão contribuindo para esse prejuízo. Por exemplo: Quantos casais ainda não se deram conta de que somos todos tão diferentes! Consequentemente não aprenderam a respeitar o modo de ser do seu cônjuge e não querem admitir idéias contrárias, muito menos aceitá-las. Se, na vida diária as pessoas usassem de empatia muita coisa boa poderia acontecer. A Enciclopédia Brasileira Mérito também chama empatia de endopatia e diz que é uma “vivência pela qual quem a experimenta se introduz numa situação alheia, real ou imaginária,... de tal modo que aparece como se estivesse dentro dela... Também chamada projeção sentimental.” Ser empático é de grande importância do ponto de vista da compreensão. É algo que nós todos precisamos.
Outro problema são as mudanças na estrutura familiar. Essas mudanças estão afetando a manutenção do casamento. Há 50 anos atrás já dava pra sentir que essa mentalidade começava a mudar; mas não de forma tão drástica como acontece hoje. Quais seriam algumas das razões para essas mudanças?
Veja: Presenciamos hoje um índice de natalidade menor, uma expectativa de vida mais longa, a alteração no papel feminino dentro e fora de casa e um crescente índice de divórcio e recasamento. Antigamente a mulher ocupava uma posição central no funcionamento da família. Suas atividades estavam ligadas à criação dos filhos. Hoje ela passa pelo ciclo da maternidade muito mais rapidamente que suas avós e transfere essa responsabilidade para terceiros muito cedo na vida dos filhos.
Eu sei que ainda hoje há mulheres que escolhem manter, como papel principal de sua vida, ser mãe e dona de casa. Esse fator entre outros, pode contribuir para uma melhor manutenção do casamento. Mesmo assim, quando os filhos crescem, os casais se defrontam com outra situação que nós chamamos de “ninho vazio”. É que os filhos saem de casa e tomam seu rumo na vida. Se o relacionamento entre marido e mulher não foi bem trabalhado nos anos que antecedem esse período, então a vida se torna monótona e só fica a saudade no coração dos pais.
Gostaria também que você pensasse em outro fator que se chama “migração”. Realmente a quebra na continuidade cultural e social da família, tem de ser bem planejada para que dê bons resultados. Com as mudanças os filhos não criam raízes nem “espírito de lugar”. Os amigos mudam e a geografia também. Se essas mudanças forem freqüentes vai se formando uma mentalidade de transitoriedade no casamento.
Eu sei que é difícil. E você deve estar se perguntando: O que se pode fazer então? Eu diria que a sociedade precisa receber ajuda suficiente para enfrentar tantas mudanças, com coragem e decisão. Precisa pensar em manter o casamento. Infelizmente muitos casais não têm na cabeça a idéia de fazer com que seu casamento dê certo. E ainda se vulgariza a expressão: “o amor é eterno”... acrescentando, “enquanto dure”.
É verdade que a vida familiar que nos antecedeu era sem muita intimidade. Porém as pessoas assumiam o compromisso de permanecerem casadas. É recente a idéia do casamento descartável. Assim: “se não der certo, termina”. Claro que é bem mais cômodo pensar que esse sistema atual facilita a vida, por causa da liberdade de escolher aquilo que se considera ser o melhor.
Aparentemente muito simples, não é? Mas se observarmos um pouco mais detidamente perceberemos que a realidade é bem diferente. Quando um casal pensa em terminar uma relação, quantas lágrimas, quanta amargura, quanta dor! Depois vem a solidão que leva a tentativa, ao desejo de conseguir um relacionamento com outra pessoa, que seja duradouro, o que nem sempre acontece. E quando acontece surgem outros problemas. Veja por exemplo, quando nessa nova relação os dois trazem filhos do primeiro casamento. Às vezes um dos cônjuges não aceita os filhos do casamento anterior do seu cônjuge. E tem muito mais confusão
Gostaria de dar algumas sugestões simples que, se postas em prática, possivelmente poderão evitar os prejuízos que estamos enfrentando hoje, com o casamento. Primeiramente queria dizer para você levar seus problemas a Deus. Confie nEle. Ele é poderoso, magnânimo, compassivo e perdoador. Você vai receber sabedoria para saber como agir em cada situação. Não pense em fracasso, seja qual for seu sentimento; tristeza, dor, revolta, ansiedade, frustração, o que seja. Não pense em “deixar pra lá!” Tenha a certeza que esses sentimentos são indicadores que ainda tem o que melhorar. Portanto continue tentando!
E não se esqueça: O segredo de uma vida bem vivida é, acima de tudo, amar apaixonadamente a Deus.
Quando isso acontece você se ama de verdade e esse amor se expandirá para outras pessoas, sejam quais forem as suas faltas. É uma cadeia, percebeu? A Bíblia diz isso em I João 4: 20 e 21. Diz assim: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso: pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos da parte dEle, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”.
Em síntese o segredo para uma vida bem vivida é o AMOR
Áurea Soares
Educadora e Conselheira Matrimonial
Se você deseja ouvir e compreender mais sobre relacionamentos de família, a Prof. Áurea têm um CD à sua disposição.Faça um contato: aurea.soares@hotmail.com
Fonte: Ministério da Família DSA