Como explicar a existência de um dia de 24 horas nos três primeiros dias da Criação, se o Sol só apareceu no quarto dia?

O relato de Gênesis 1 afirma que em cada um dos três primeiros dias da semana da Criação “houve tarde e manhã” (versos 5, 8 e 13), e que o Sol, a Lua e as estrelas só apareceram no quarto dia (versos 14-19). Mas não existe um consenso geral entre os comentaristas bíblicos a respeito de quando esses astros foram realmente criados. Alguns chegam a crer que todos os astros, além da Terra, vieram à existência apenas no quarto dia da Criação. Outros assumem que nesse dia foi criado apenas o sistema solar. Ainda um terceiro grupo sugere que o sistema solar já havia sido criado no primeiro dia, como fonte de “luz” para o mundo (versos 3-5), ou até mesmo junto com o próprio Universo, num “princípio” remoto (verso 1). Para esse grupo, no quarto dia da Criação Deus teria apenas alterado as condições atmosféricas para que a luz dos astros pudesse iluminar adequadamente a Terra.
Gleason L. Archer argumenta em sua Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas (pág. 66): “Gênesis 1.14-19 revela que na quarta fase criadora Deus abriu o manto de nuvens o suficiente para que a luz direta do Sol caísse sobre a terra e para que tivesse lugar a observação correta dos movimentos do Sol, da Lua e das estrelas. Não se deve entender que o versículo 16 mostra a criação dos corpos celestes pela primeira vez no quarto dia criador; antes, ele nos informa que o Sol, a Lua e as estrelas, criados no primeiro dia como fonte de luz, tinham sido colocados em seus lugares designados por Deus com a idéia de no final das contas funcionarem como indicadores de tempo (‘sinais, estações, dias, anos’) para os observadores terrestres.”
Seja como for, Gênesis 1 nos informa que no primeiro dia da Criação Deus não apenas formou a “luz” (verso 1), mas também “fez separação entre a luz e as trevas” (verso 4). Embora os três primeiros dias da Criação já fossem dias naturais de 24 horas, compostos de “tarde e manhã” (versos 5, 8 e 13), no quarto dia Deus trouxe à existência uma nítida “separação entre o dia e a noite” e uma nova realidade que permitisse aos seres humanos distinguir as diferentes “estações” e contar os “anos” (verso 14). Deus mesmo não necessitava desses recursos para computar o tempo, mas Ele os criou para benefício dos seres humanos, dos animais e das plantas. Cremos, portanto, que as atividades criadoras do quarto dia não conspiram contra o fato de Deus haver previamente realizado Suas atividades em dias literais de 24 horas.
Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista Sinais dos Tempos, janeiro/fevereiro de 2001, p. 19.


Fonte: Setimodia
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